LocaisNovaDifusora

Exportações de MS para a China crescem 192% mesmo com desaceleração do país

Longe de ser afetada pela crise econômica da China, as exportações de Mato Grosso do Sul registraram aumento de 192,62% em 12 meses. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) mostram que, em outubro de 2023, o envio de produtos para o gigante asiático angariou
US$ 125,635 milhões, ante US$ 367,639 milhões no mesmo mês deste ano.

A China ainda é responsável por absorver quase metade das exportações do Estado, totalizando 47,3% das vendas externas (US$ 4,1 bilhões), seguindo como principal destino dos produtos sul-mato-grossenses no período de janeiro a outubro deste ano.

O consultor em comércio exterior Aldo Barrigosse explica que a principal compradora de commodities do Estado reduziu suas compras globais em função do baixo desempenho de sua economia, o que acentuou os desafios para o setor. 

“Além disso, a logística do minério de ferro foi severamente afetada pela seca, dificultando o escoamento pelo Rio Paraguai. A recuperação econômica global e as variações nas taxas de câmbio também desempenharam papéis cruciais nesse contexto”, destaca Barrigosse.

O mestre em Economia Eugênio Pavão explica que o gigante asiático vem reduzindo sua demanda por produtos específicos, desencadeando a queda no mercado.

“Por exemplo, se cada chinês aumentar sua demanda de carne em 100 gramas, esgotará a pecuária brasileira inteira. Desta forma, qualquer redução de 100 g de carne, minério e soja afetará em igual proporção a economia brasileira e, especialmente, a de Mato Grosso do Sul”, analisa o economista.

Balança comercial

Vale destacar que dados oficiais divulgados pelo governo chinês nos últimos meses mostram que o país cresceu 4,7% no primeiro semestre deste ano, movimento considerado o mais lento desde o primeiro trimestre do ano passado e abaixo da previsão de crescimento de 5,1%. O país asiático crescia acima de 10% até meados da década passada. 

Grande responsável pela demanda de produtos brasileiros, a China movimenta commodities como o minério (Corumbá), o farelo de soja e a soja (região do planalto do Estado) e a proteína animal (grande parte de MS), como carne bovina e outras. 

COMMODITIES

De acordo com informações do Mdic, a soja, a celulose, a carne bovina e os açúcares puxaram as exportações de Mato Grosso do Sul, e o destaque continua sendo a soja, que lidera a pauta com 32% do valor total exportado, somando US$ 2 bilhões e 6,25 milhões de toneladas.

A celulose segue como o segundo principal produto, com 24% do total exportado, atingindo US$ 2,1 bilhões. O valor exportado de celulose cresceu 79,3% em relação ao ano anterior.

Outros produtos importantes no comércio exterior de Mato Grosso do Sul incluem a carne bovina fresca, que representou 12% das exportações (US$ 1,014 milhão), e os açúcares e melaços, com 8,4% do total, somando US$ 725 milhões.

EFEITO TRUMP

Conforme adiantado pelo Correio do Estado na semana passada, a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos e a adoção de medidas protecionistas podem ser vistas como positivas e negativas. 

No caso do viés positivo, se o país norte-americano mantiver a guerra comercial com a China, por exemplo, isso pode abrir espaço para o Brasil aumentar suas exportações de soja para o mercado chinês. 

“A China pode reduzir as compras de soja dos EUA, por conta das tarifas. Esse deslocamento de demanda pode beneficiar produtores de MS, mas é importante ressaltar que a redução dos preços das commodities em nível global pode atenuar os ganhos”, enfatiza Mikael.

O doutor em Economia Michel Constantino avalia que há uma boa expectativa com a eleição americana. 
“Com isso, a tendência é de melhorar o mercado para o agronegócio brasileiro, na venda de commodities, energia e aço, pois ele [Trump] deve taxar cada vez mais os chineses, fazendo que nossos produtos tenham maior valorização para a Ásia. Mas é preciso esperar a forma e como ele vai agir nos negócios internacionais”.

NACIONAL

No País, as exportações para a China, Hong Kong e Macau caíram 22,8% e somaram US$ 7,12 bilhões. As importações aumentaram em 46,7% e totalizaram US$ 6,74 bilhões. Assim, a balança comercial com esses parceiros comerciais apresentou superavit de US$ 0,38 bilhões e a corrente de comércio aumentou 0,3%, alcançando US$ 13,86 bilhões. Somente a exportação para o Japão acumula queda de 2,6%.

No acumulado entre janeiro e outubro deste ano, em relação a igual período de 2023, as vendas para China, Hong Kong e Macau também apresentaram redução, porém, mais tímida, com queda de 3,5%, totalizando um volume financeiro de US$ 84,74 bilhões.

Conforme o Mdic, as importações cresceram 20,4% e totalizaram US$ 53,81 bilhões. Consequentemente, neste período, a balança comercial apresentou superavit de US$ 30,92 bilhões e a corrente de comércio expandiu-se em 4,6%, somando US$ 138,55 bilhões.

Correio do Estado

Agradecemos por sua contribuição!!

Open chat
Porticipe da Nossa Programação
Olá que bom que você está aqui. Em que posso lhe ajudar?
Quer participar da nossa promoção? mande seu nome, cidade, bairro, e data de nascimento. Viu e fácil participar.